Avis a terra que Deus quis
Em Avis entrei pela primeira vez em setembro de 1988 há já 30 anos, como o tempo voa. Primeiro ano de trabalho, não havia carrito, e por lá ficava a semana. Leccionar numa escola difícil - que excelente tirocínio! - e, ao fim da tarde, ler e correr, que na altura ainda corria. Ou ia até Benavila levar com passo de tartaruga o colega Marcelino e, à volta - já livre! - assapar até Avis de novo; ou ia até ao Clube Náutico fazer um bocado de canoagem; ou ia até ao campo de futebol fazer séries; ou ia até Ervedal se a sessão era mais longa e voltava; ou ia para as margens da barragem do Maranhão correr e nadar por entre as bostas das vacas. Ao tempo que eu faço trail.
No domingo em Avis regressei para um trail. Durante todos estes anos regressara vezes e vezes para a São Silvestre ou para reunir com o Valério - esse monumento do concelho a quem o desporto de base tanto deve e que na última Gala do Atletismo foi alvo de justíssima homenagem por parte da AADP - mas para um trail nas margens do Maranhão era quase impensável. Verdade que no início do milénio convencera o Valério a tornar o corta-mato de Figueira e Barros um "up-down" de corrida de montanha que na verdade era um verdadeiro trail mas com a minha saída da AADP a ideia - a muito boa ideia perdoe-se-nos a imodéstia - morrera.
O UTSM trouxe o trail para o Alto Alentejo e, sobretudo, trouxe a cultura do fazer bem e cada evento que surge vem acrescentar. O Trail Mestre de Avis de ontem foi um bom exemplo. Em novembro no corta-mato de Ervedal o Maranhão assustava devido à seca mas ontem quase assustava devido à cheia. Está maravilhoso e como não há fome que não dê em fartura ontem correu-se por veredas escorregadias, por lajes deslizantes, por caminhos em que a lama se agarrava aos sapatos como cola. Foram 18 duros Km que vieram acrescentar cansaço ao cansaço que vou acumulando. Está época não paro. É até cair para o lado. A minha Maria está na mesma mas todos sabemos que um soante Tiro de Partida funciona como o mais potente analgésico. Ela lá marchou para mais uma vitória absoluta e para mais um belo trambolhão - felizmente sem quaisquer consequências - uma semana depois do duro Piódão; eu lá me marchei para mais uma posição de primeiro terço uma semana após a Meia de Fronteira. E deu direito a terminar de mãozinha dada o que já não acontecia faz tempo.
O traçado da prova está exigente que chegue e, a meu ver, soberbo, com vários Km mesmo nas margens e por vezes a permitir correr num bom ritmo que é uma coisa que aprecio.
Dizia-se, há 30 anos quando cheguei à localidade, ainda com as paixões da revolução dos cravos que Avis era a terra que Deus não quis. Como podia não querer se no seu entorno encontramos um verdadeiro paraíso?
No domingo em Avis regressei para um trail. Durante todos estes anos regressara vezes e vezes para a São Silvestre ou para reunir com o Valério - esse monumento do concelho a quem o desporto de base tanto deve e que na última Gala do Atletismo foi alvo de justíssima homenagem por parte da AADP - mas para um trail nas margens do Maranhão era quase impensável. Verdade que no início do milénio convencera o Valério a tornar o corta-mato de Figueira e Barros um "up-down" de corrida de montanha que na verdade era um verdadeiro trail mas com a minha saída da AADP a ideia - a muito boa ideia perdoe-se-nos a imodéstia - morrera.
O UTSM trouxe o trail para o Alto Alentejo e, sobretudo, trouxe a cultura do fazer bem e cada evento que surge vem acrescentar. O Trail Mestre de Avis de ontem foi um bom exemplo. Em novembro no corta-mato de Ervedal o Maranhão assustava devido à seca mas ontem quase assustava devido à cheia. Está maravilhoso e como não há fome que não dê em fartura ontem correu-se por veredas escorregadias, por lajes deslizantes, por caminhos em que a lama se agarrava aos sapatos como cola. Foram 18 duros Km que vieram acrescentar cansaço ao cansaço que vou acumulando. Está época não paro. É até cair para o lado. A minha Maria está na mesma mas todos sabemos que um soante Tiro de Partida funciona como o mais potente analgésico. Ela lá marchou para mais uma vitória absoluta e para mais um belo trambolhão - felizmente sem quaisquer consequências - uma semana depois do duro Piódão; eu lá me marchei para mais uma posição de primeiro terço uma semana após a Meia de Fronteira. E deu direito a terminar de mãozinha dada o que já não acontecia faz tempo.
O traçado da prova está exigente que chegue e, a meu ver, soberbo, com vários Km mesmo nas margens e por vezes a permitir correr num bom ritmo que é uma coisa que aprecio.
Dizia-se, há 30 anos quando cheguei à localidade, ainda com as paixões da revolução dos cravos que Avis era a terra que Deus não quis. Como podia não querer se no seu entorno encontramos um verdadeiro paraíso?
![]() |
Lobos a dançar nos trilhos de Avis (foto de Luis Barreto) |
![]() |
Trilhos técnicos nas margens do Maranhão |
Comentários
Enviar um comentário