Não empatei no Nacional de Estrada


No sábado 13 participei no Campeonato Nacional de Estrada. Dez Kms traçados na Avenida Marginal Lisboa > Cascais ali na zona do Estádio Nacional. Vão longe os tempos em que quase ninguém ía a estes Nacionais e ainda me lembro da 1ª edição ali ao Campo Grande em que convenci a Vitorina a ir lá feita parva correr atrás para aí de 8 atletas do Braga. No sábado concluíram a prova feminina nada menos de 87 concorrentes seniores femininas e 13 equipas. Bem, mas eu concorri na prova masculina ... sénior!
A meio do ano passado começaram a azucrinar-me a cabeça no balneário "que tínhamos de voltar a correr o Nacional de Estrada", que "não podia ser só trail" e outras balelas. Como se eu não fosse o primeiro a promover esse são princípio. Só que da teoria à prática sobraram 2 seniores ... e 6 veteranos, o que obrigou ao sacrifício de alguns "subirem" à prova sénior para classificarmos equipa! Lá tivemos que passar pelas vergonhas de, a meio da semana, recebermos telefonema da FPA a confirmar se não nos tínhamos enganado nas inscrições já "que tínhamos lá no meio dos seniores alguns atletas de provecta idade!" Que chapadão! Claro que o telefonema foi de pessoa conhecida e com à vontade para colocar as coisas nestes termos. Mas "senti-me"! Não hei-de ser o último! Decidi!
Sábado horrível em Portalegre, chuva e frio, previsão mais agradável para Lisboa. Confirmou-se. Após uma primeira paragem em Vendas Novas - os lobos correm alimentados a bifanas - à ida, rumámos ao Estádio Nacional para os preliminares: levantar dorsais, ambientar, comer mais qualquer coisa que a prova era às 15 h e matar o tempo com dichotes e outras baboseiras.  Logo no aquecimento vimos que muita daquela gente preliminava ao ritmo a que nós competiríamos. O Miguel previa banhos de realidade mas na verdade a todos apetecia assapar!
Entrámos para a Zona VIP - a dos seniores - para, 30 s antes da Partida, sermos engolidos pela chusma dos veteranos vindos da segunda Zona da Partida. Estavam revoltados por terem sido acantonados um pouco atrás e com razão pois muitos deles são corredores de grande capacidade ainda. Soa o Tiro à hora exacta e toca de sobreviver. Primeiro Km em 3 m 41 s e não é que a estrada ia cheia para a frente - e felizmente também para trás! - de gente a começar de prego a fundo!? Foi seguir no túnel de vento até ao Segmento STRAVA Subida do Jamor que, posso verificá-lo agora no remanso do lar, deu indicações de que me encontro em muito boa forma. Das 5 vezes que já o percorri em competições (Corrida do Tejo) desta vez foi a mais rápida por 14 s. Já o melhorei em 58 s desde que recomecei a correr em 2010. Renasci mesmo das cinzas e mantenho-me vivo.
Adiante para não maçar. O percurso não é fácil, tem algumas rampas longas que alteram completamente o ritmo - subo francamente mal - mas aguentei-me firme e sem quebras apenas um pouco atrás dos camaradas mais capacitados Miguel Serafim e Rui Monteiro. Valeu sobretudo para presenciar uma das anedotas da prova. O guia dos 4' o Km não terá almoçado e a um Km da Meta passava-o para terminar em 42 m 15 s. Quanto não terá feito ele? Há dias assim, em que tudo corre mal a um guia. Há dias assim, em que quase tudo nos corre bem! Fiz um dos melhores 10 K desta reencarnação,  não falhei ao desafio lançado no balneário e não empatei o evento! Fui 242º dos 280 seniores que terminaram e pontuei para o 31º lugar do ACP. Uma classificação colectiva modesta? Talvez, mas para quem a possibilitou vale ouro. Foi conseguida com muito esforço e dedicação. Faltou a Glória mas sobrou a Boa Disposição. O dia terminou com uma visita relâmpago aos filhotes na Portugal Durão e com mais uma paragem nas Bifanas de Vendas Novas. Havia que chegar cedo a Portalegre que no domingo corriam-se os Trilhos dos Reis e a Vitorina - e os restantes lobos - iriam lá reinar! Tínhamos que viver o evento por dentro!

Fotos de Paula Maurício.


Altimetria da prova. Tem umas mamocas!
Prometemos! Cumprimos! ACP de novo no Nacional de estrada!

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