São Martinho por barrancos

Verão de São Martinho nos barrancos de São Mamede
São Martinho traz o Verão mas na verdade São Martinho não levou ainda o Verão. À noite até choveu um pouco - ainda a sentimos na corridita vespertina de ontem - mas hoje São Mamede resplandecia ao sol.
Flores irrompem da seca vegetação
Fim de semana sem eventos, fim de semana livre. Na realidade estamos ainda presos ao pós Maratona do Porto. Tanto que na noite passada nos permitimos 9 h de sono após um serão na revisitada companhia de Jack London e das aventuras do seu Buck - há livros que marcam e a leitura adolescente do Apelo da Selva marcou-me - e ainda do saxofone do John Coltrane - a ficar pró-americano agora que a América nos desilude? - e 9 h de sono significam letargia na manhã seguinte. Mas a parte feminina da família - Vitorina e Amy - deu ordem de marcha e marchámos para os barrancos da serra.
A Sul, no nosso Norte
A ideia era encher a alma de azul agora que os treinos vespertinos já acontecem ao entrar da noite e preparar Barrancos. Barrancos, o autêntico, nas cercanias do qual o Ico Bossa organiza dentro de uma semana o seu Trail Transfronteiriço. A Vitorina inscrevera-se já há algum tempo, eu decidi-me há cerca de duas semanas sabendo como é doloroso o pós Maratona. Na verdade hoje mal consegui correr tal o carrego que ainda sinto nas pernas e a Barrancos irei passear. Um passeio de 21 Km para desfrutar da paisagem com toda a calma deste mundo. Barrancos está naquele limbo ibérico no qual tão bem me reconheço, faz a ponte entre culturas, atravessa fronteiras.
Quanto às dores que sinto são passageiras. É dar tempo ao tempo para recuperar e saber ouvir o corpo. Hoje ouvi-o e respeitei-o. Lamber as feridas, preparar as próximas batalhas, em suma renascer das cinzas, algo em que sou perito.
A regenerar na caruma húmida de São Mamede


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