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Tórrido Alentejo por todo o lado! |
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Ao fim de 14 Km alcançamos o Senhor dos Aflitos |
Pela paisagem, pelos estradões amplos, pela dificuldade em progredir que se esconde por detrás da aparente facilidade da pista mas, sobretudo, em homenagem aos extraordinários corredores etíopes, baptizámos a zona de
entre ribeiras como o
aeroporto de Adis Abeba. Quando calha vamos até lá e quase sempre de lá trazemos que contar como se nos víssemos, num sonho/pesadelo, a correr naqueles grupos imensos dos campos de treino etíopes e, naturalmente, a vê-los abalar todos e a ficarmos irremediavelmente para trás. Já lá perdemos a Amy à noite, já lá tive daqueles
dias cães em que tive que abrandar mesmo, já lá abortei alguns fraccionados! O que estará ainda para vir!? Na segunda feira adicionámos uma experiência no paraíso/inferno etíope.
Há que meter longos p'ro Porto e para o
Trail do Sor e há os compromissos assumidos que não sabemos dizer não a um pedido.
No dia 18 de Setembro temos o Trail da Águia, mais um evento de corrida social integrado no espírito do
Alto Alentejo Trail Running, e para que esta parte da comemoração do 23.º aniversário da
Casa do Benfica em Portalegre decorra sem mácula fomos bater o trilho. O problema é que a temperatura, mesmo já passadas as 6 da tarde, quase que ainda subia aos 40ºC e a distância a percorrer quase que chegava aos 30 Km. Sombras poucas, transpiração muita, e o grupo de ocasião - também 5 por acaso -, constituído por mim, pela Vitorina, pelo Semedo, pelo Ceia e pelo Milhinhos foi avançado até ao ponto da extenuação, bem marcado pelo enrolamento à frente da Vitorina que a fez ganhar mais umas tatuagens avermelhadas e a terminar esta corrida de gente brava nem a propósito junto à Praça de Touros. Esta a parte dramática da coisa, a outra parte - a das fotografias - é bem mais agradável: propriedades dos lavradores com torres amuralhadas -
o Monte das Tílias da Lúcia Gonçalves -, a reciclada barragem do Zé dos Cães a espelhar o luminoso final de
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De antigo esplendor restam vestígios |
dia, o pôr-do-sol a bater torrado nas paredes brancas do Senhor dos Aflitos, o refrescar (!) até aos 31ºC com o cair da noite, o ligar o frontal para seguir sozinho azinhaga dos 7 olivais acima que o grupo já se desmembrara, o gado manso e o gado bravo que observámos, o sentirmos o corpo bem vivo apesar de quase morto. Os corredores etíopes aliam à sua fantástica capacidade para a corrida um sorriso genuíno que cativa. Neste aeroporto de Adis Abeba que é a região de Portalegre sentimo-lo e é por isso que estão todos convidados a regressar connosco, no próximo dia 18 de Setembro, a este percurso de sonho/pesadelo.
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Ceia, Vitorina, João Carlos, Semedo e Manuel Milhinhos (a tirar a foto) |
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