Quando participamos num evento procuramos o esperado e o inesperado. Ao participar na 3ª edição do Trail de Elvas Património Mundial realizada ontem esperava que decorresse fora de estrada - o que aconteceu -, que durasse para mim mais ou menos duas horas e meia - o que também aconteceu -, que tivesse voluntários que nos dessem indicações e apoio preciosos enquanto outros parecessem estar lá apenas para olhar para o TM sem a mínima noção do que se está a passar - mais uma vez também aconteceu assim. Esperava subir ao Forte da Graça como em
9/3/2014 na 1ª edição do evento e esperava subir às muralhas para terminar. Não esperava subir duas vezes ao Forte da Graça - na verdade minto porque tinha visto a apresentação do circuito e já o conhecia -, não esperava andar lá por dentro por túneis mal iluminados e, sobretudo o que não esperava, era que me dessem azevias num posto de abastecimento, ainda que fosse o final. Pensando bem estamos em Dezembro, mês do Natal e azevias nesta quadra condizem. Comi três confesso e não fui o único, outros o fizeram também, como me confessaram em alegre cavaqueira após a prova um pouco envergonhados pela alarvice.
À prova de Elvas compareceram cerca de 280 pessoas - terminaram 275 - que tiveram o privilégio de correr exactamente os anunciados 20 Km, o que é raro nos dias que correm. Em Elvas não ofereceram nem mais um metro. Como lhes agradeço. A prova foi dura, demasiado dura para mim. Dantes dava a desculpa do meu 1m83 não ser adequado para descidas técnicas mas o 1m93 do D'Haene veio destruir-me o argumento; por vezes digo: já "tou velhote", mas depois vêm o Vitor Cordeiro, o Emílio Paulino e não sei quantos mais destruir-me o argumento. Resumindo e procurando um aspecto positivo: estou a subir bem melhor e dou por mim a trotar onde muitos só já caminham. A descer é que até dá dó. Tanto ia a subir bem que ontem até apanhei a minha Maria antes do Forte da Graça e parecia que
era amor para a prova toda. Não foi. Elas não param nos abastecimentos e a mim sabe-me tão bem aquele minutinho do abre e fecha a garrafa, do mastiga a marmelada e do
vá lá mais um troço de banana que a prova pode esperar. Acabou-se-me a marmelada. A Maria lá foi mais a Ana Miranda, ambas a caminho do pódio absoluto feminino e eu 3 minutos atrás. Nada mau.
Esta 3ª edição do evento foi organizado pela nóvel AD Ialbax - tal como a 2ª em 2016 em que não participara - e foi uma prova digna. Bem marcada e com uma ideia, a de dar a conhecer o rico património de arquitectura militar da cidade raiana. Objectivo conseguido na minha opinião. A manhã estava gélida mas o ambiente aqueceu. Havia imensos espanhóis em Elvas e há cada vez mais gente do distrito a participar em eventos de
trail running, reunidos em equipas, o que é excelente pois fomenta o companheirismo e o associativismo e é óptimo para as comunidades locais em que estão implantadas. O pessoal respeita-se mutuamente, convive, disputa saudavelmente a componente desportiva, em suma pratica o desporto sob os valores que lhe deviam ser sempre inerentes. O Atletismo tal como ele me apaixona. Um desporto exigente, uma Escola de Ética.
II (III) Trail Elvas Património Mundial: 20 Km D+750 m. Classificaram-se 275 concorrentes. Eu fui 110º com 2 h 11 m 28 s (5º M55) e a Vitorina foi 95º com 2 h 08 m 31 s (2ª feminina e 1ª F50).
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Elvas para trás, Estádio à vista e o camarada Joaquim Barbas lá no sítio certo para fotografar e incentivar! |
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O "meu grupo" a fugir e eu ainda preso no Forte da Graça ;) Foto de Joaquim Barbas. |
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Alcateia de ontem em Elvas. ACP ... quase a festejar os 27 anos! |
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